Desde quarta-feira passada, 361 bispos e arcebispos e mais 43
bispos eméritos, estamos reunidos junto ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida
em São Paulo, para a nossa 51ª Assembléia Geral. O espírito que nos anima foi
assim sistematizado pelo nosso presidente, Cardeal Dom Raymundo Damasceno de Assis:
“A assembléia anual da CNBB é uma experiência de partilha fraterna, oração,
estudo e reflexão, que fortalece a comunhão dos bispos entre si e com o
sucessor de Pedro para melhor servir as igrejas particulares”. A presente
Assembléia, no dizer de Dom Damasceno, tem como particularidade o fato de se
inserir “na dinâmica do Ano da Fé e no espírito dos 50 anos do Concílio
Ecumênico Vaticano II”. Ela ocorre poucas semanas depois da eleição do Papa
Francisco em substituição ao agora Papa e mérito Bento XVI, o que também
influenciará nos rumos a serem tomados pela nossa Assembléia.
A prática de assembléias é importante para os diversos grupos
organizados na sociedade, e de maneira especial para as comunidades cristãs. Em
nível de Igreja Universal, nós temos a prática dos concílios ecumênicos, que
são realizados sempre que o Papa sente a necessidade de promover um debate mais
profundo sobre algum assunto. Lembro que ao convocar o Concílio Ecumênico
Vaticano II, o Papa João XXIII falou da necessidade de promover um
aggiornamento da Igreja com o intuito de abrir as portas da Igreja para o
mundo. Na mesma época teve início a prática das assembléias anuais da CNBB, com
o objetivo de promover a partilha e fortalecer a comunhão entre os bispos.
Aos poucos, a prática das assembléias está sendo adotada pelas
dioceses, sendo que Santa Cruz do Sul realizou, em 2012, sua 11ª Assembléia
Diocesana de Pastoral. A partir da Diocese, as paróquias são motivadas a
realizarem suas assembléias periódicas com o intuito de promover a comunhão e
propor caminhos para uma nova evangelização. O mesmo vale para as comunidades
que, na medida em que adotarem a prática das assembléias e reuniões de
lideranças, irão identificar as lacunas na evangelização e propor novas ações.
Estou convencido de que, na medida em que a prática das assembléias se tornar
algo comum na vida da Igreja, muita coisa nova vai aparecer e as lideranças
serão revestidas de novo ardor.
Com as assembléias vamos lentamente construir a Igreja de
Comunhão e Participação que desenhamos nas Diretrizes da Ação Evangelizadora da
Diocese: “Que os batizados se sintam participantes da Igreja, partilhando da
responsabilidade na missão evangelizadora. Que as decisões sejam tomadas em
conjunto, e que a comunhão fraterna se torne visível para a sociedade, a
exemplo do que acontecia nas primeiras comunidades cristãs” (At 2,42-47; 4,32).
Nós bispos ficaremos reunidos em Aparecida do Norte até o
próximo dia 19 de abril. Vamos trabalhar sob os olhares atentos da Padroeira do
Brasil, em cujo santuário nos reunimos para a missa de abertura na manhã do dia
10 de abril e onde muitas vezes mais nos reuniremos durante os dias da
Assembléia. Pedimos ao povo que nos acompanhe com suas preces.
Que a Mãe Aparecida a todos ampare!
FONTE: CNBB
0 comentários:
Postar um comentário