FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS



Liturgicamente, o mês de junho é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus que, no universo cristão, é visto como fonte de amor misericordioso. As comunidades de fé que o têm como padroeiro celebram sua festa na primeira sexta-feira após a solenidade de Corpus Christi. Assim, em comunhão aos demais, os católicos colatinenses fazem festa, nesta sexta-feira, por seu protetor, o padroeiro da cidade, que é o próprio Coração de Cristo.
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é tão antiga como a Igreja, pois começou na Cruz, onde o Coração do Crucificado, traspassado pelo ferro da lança, tornou-se símbolo da fonte maior do amor. Outro momento forte do evangelho sinaliza para essa amorosa fonte: o gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a última ceia Em um temos o sofrimento causado pelos pecados da humanidade, e no outro, o consolo pela dor da véspera de sua morte.
A festa litúrgica, porém, foi consagrada pelo Papa Clemente XIII, em 16 de junho de 1675, introduzindo a missa com ofícios próprios, inspirado nas revelações feitas a uma freira chamada Margarida Maria Ala-coque, a quem Jesus teria dito: “Eis aqui este Coração que amou tanto aos homens, que não omitiu nada até esgotar-se e consumir-se para manifestar-lhes seu amor, e por todo reconhecimento, não recebe da maior parte mais que ingratidão, desprezo, irreverências e tibieza que têm para mim neste sacramento de amor”.
No entanto, a instauração dessa festividade religiosa não foi algo tranqüilo e pacífico. Antes de firmar-se como solenidade no âmbito da Igreja, experimentou fortes turbulências. A oposição a este culto sempre foi grande, sobretudo no século XVIII, por parte dos jansenistas, e recebeu um forte golpe com a supressão da Companhia de Jesus (1773).
Na Espanha chegaram a ser proibidos os livros sobre o Sagrado Coração. O imperador da Áustria deu ordem para que fossem retiradas suas imagens de todas as Igrejas e capelas. A Europa oficial rejeitou o Coração de Cristo e, após os horrores da Revolução francesa e das guerras napoleônicas, a devoção ressurgiu e, em 1856, Pio IX estendeu sua festa a toda a Igreja. E, em 1899, Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus.
O saudoso papa João Paulo II sempre cultivou esta devoção, e a incentivou a todos que desejassem crescer na amizade com Jesus. Em 1980, no dia do Sagrado Coração, afirmou: “Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno do mistério do Coração de Cristo. Quero, hoje, dirigir, juntamente convosco, o olhar dos nossos corações para o ministério desse Coração. Ele falou-me desde a minha juventude. Cada ano volto a este mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja.”
Assim, diante das experiências tantas de desamor que vivemos e que vemos grassar desenfreadamente ao nosso redor, na forma de violências, intolerâncias, aviltamentos da dignidade humana, indiferenças, preconceitos, entre tantos outros, vale a reflexão, faz-se necessário a meditação sobre as potencialidades do amor, especialmente o amor que emana do Coração Sagrado de Cristo. Se o amor dos homens de boa vontade já é capaz de grandes feitos e de ações santificadas, certamente, com a força do amor do Coração de Jesus, o ser humano será capaz de operar verdadeiros milagres em prol da paz e do bem-estar social.



FONTE: FOLHA DO NORTE

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